ESTENDAL DIVINO . . .

O lavar de roupa suja (!) é hoje uma tradição enraizada na nossa sociedade, faz parte da nossa cultura, do nosso quotidiano. Até nós a lavamos!!! Acha que não?

Não estamos a falar dessa “lavagem de roupa suja” que o leitor está a cogitar…
Diga lá, se em algum momento nunca lavou, nem que seja um paninho, uma meia ou um “boxer”…

Está a ver, afinal também já lavou roupa suja .

Depois é necessário secar essa roupa, esses paninhos, essa meia, esse boxer, mas por vezes é na secagem da roupa, preferencialmente ao natural, que reside o segredo, pois há momentos que é necessário corar esses mesmos “trapinhos”.

E mesmo depois desse procedimento (corar naturalmente), há quem não consiga o resultado final desejado, pois é roupa exigente, de tratamento exemplar.
Secar a roupa não tem segredos, ao sol e ao vento,utilizando a natureza para o efeito ou então num processo mais tecnológico,servindo-se das já bem populares máquinas de secar roupa.

Porém, não satisfeitos com o resultado que o secar natural lhe deu ou até porque a máquina de secar absorve demasiada energia, existem individualidades que recorrem a outras técnicas, quiçá divinas, religiosas ou espirituais…ou seja, recorrem à proximidade dos Deuses, traduzindo a acção num acto irreflectido, sempre com o objectivo de descobrir o estendal ideal para a secagem da roupa, no fundo, continuamente na esperança de encontrar o Estendal Divino.

Pois, mas essa proximidade aos Deuses, fica mal, muito mal, quando para próprio estendal, se utilizam as “grades” da Igreja para secar os tais “trapinhos”, que de paninhos já não têm nada, pois eles são lençóis, tapetes, cobertores, calças, saias, camisas, meias, enfim, ficamos por aqui…

Que se saiba, aquilo é espaço do povo, de todos nós e, acima de tudo é lugar de culto, de respeito e oração.

Mas façam uma pausa para pensar e imaginem que toda a gente decidia colocar os seus “trapinhos” a secar ou a corar, nas grades que rodeiam a nossa Igreja. Era de facto muito complicado.


Aliás, os mais distraídos poderiam até julgar, que os artigos expostos seriam vendáveis, pois o cenário seria propício a uma feira!

E hoje, que até está na moda o “Outlet”…

Por amor aos Deuses, haja alguém, responsável, de direito, que tenha a hombridade, seriedade de carácter e acima de tudo o descomplexo intelectual, para alertar tais personalidades.

Da nossa parte o sinal está dado.

Explicar-lhes que aquele local não é um estendal público. Dizer-lhes que há atitudes e comportamentos que devem ser pensados e meditados antes de se colocarem em prática. Dar-lhes a entender que aquele espaço não é deles, proferir-lhes que o acto de se servirem das “grades” da Igreja para estenderem a própria roupa, demonstra falta de nível ético, moral e ou social, desrespeito pelos outros e acima de tudo desrespeito por quem se encontra dentro daquelas quatro paredes. Mostrar-lhe que é nestes pequenos actos, que se revela o verdadeiro nível das pessoas.

Uma coisa é certa,se depois de escrito isto,as "grades" da Igreja voltarem a servir novamente de Estendal Divino,para a secagem dos "trapinhos", fica a nossa promessa que este tema será devidamente documentado e posteriormente enviado para o já bem conhecido programa da SIC –“ Nós por cá “ .
É que pelo andar da carruagem, um dia destes, as “grades” do Mirante e Junta de Freguesia, serão também presenteadas com a exposição dos já referidos artigos .

Haja paciência…

Cumprimentos,
Algures em Portugal,
Novembro de 2009,
MAL ( Movimento de Apoio à Lageosa )

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